Percorro impaciente as ruínas da cidade
Como se procurasse a sua alma
Como se encontrasse traços temporais
Com cheiros orientais de épocas ancestrais
Caminho impotente por não reconhecer rostos
Por querer sentir a história de uma cidade
Dentro de cada olhar que me foca
E deles receber desconhecimento
Cada canto tem uma história
Cada rua tem na cal o contador
Cada ruga dos passeios pedregosos
Tem uma pegada do passado
Se cada pedra da calçada
Se cada parede enrugada
Contasse uma história
Teríamos uma epopeia
Uma epopeia de heróis
De aventuras, de letras
De musica, de sonhos
De vitórias, de derrotas
Erguei-vos almas ébrias e ociosas
Porque vos escondeis nos hortos fúnebres
De um passado que quer regressar?
Erguei-vos pois sois a voz do futuro
Embriaguez que esconde a verdade
Ópio de um sonho que ficou por acontecer
Erguei-vos respeitosas almas
Tomai posse deste reino
O cálice é vosso…
Erguei-vos almas piratas
Rebentai as hostes
Acabai com os dogmas
Erguei-vos almas mestras
Que eu serei cônsul dessa vontade
E para sempre a verdade viverá ao lado da historia…
Ana Patricia Diogo (1 de Outubro de 2006)