Perco-me por entre ruas e ruelas
Desta cidade antiga que me emberçou
Acompanho a evolução das gentes
Outrora pobres mas desfilando felizes
Sinto o calvário em cada rosto
O cansaço que rouba o tempo
As coisas que ficaram por acontecer
Num retrato opaco que vai morrendo
A cidade, essa, permanece bela
Embora envelheça a cada pedra de calçada
Cuja chuva e sol se encarregam das rugas
Que perfeitas a adornam de magia
O Tejo, esse velho conselheiro de almas,
Permanece fiel a cada margem
De dia ilumina as gentes com o seu cheiro
De noite é iluminado pela lua que o visita
E eu aqui sentada nas margens deste idoso rio
Prevejo o futuro que se encurta a cada hora
Recordo o ontem, esqueço o agora e sonho com o depois…
Profetisa da lua...