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sábado, 15 de agosto de 2015

Estou solteira e depois?




Nos dias de hoje os solteiros se são feios é porque são os coitadinhos que ninguém quer, ou então, os “mais ou menos bem-parecidos” são os intitulados homossexuais não assumidos, ou os esquisitos que procuram um top model. Porque ninguém percebe como alguém que até é “mais ou menos bem-parecido” está sozinho, só pode ter algo de errado, por isso só pode ser gay e tem vergonha, ou é demasiado exigente.

Hoje em dia é preciso ter alguém para ser reconhecido socialmente. Caso contrário seremos sempre os excluídos do mundo da felicidade. Na verdade andamos todos a chorar pelos cantos e a cortar os pulsos aos bocadinhos com a lâmina do corta-unhas.  É este o nosso mundo. Chegamos a casa lambuzamo-nos com um bolo de chocolate, vemos o diário de Bridget Jones vezes sem contas e não pensamos noutra coisa se não em ter alguém. De vez em quando lá vamos a um evento ou outro só para ver se arranjamos alguém, e lá tiramos uma foto para parecer que temos vida social e até temos amigos. Todas as noites choramos baba e ranho, e chicoteamo-nos severamente nas costas por valermos zero porque não temos ninguém.

Somos os snobs, que ocupam os tempos livres, a ler, a ver séries, a escrever um blog, a ir ao ginásio e etc. Vamos às compras sozinhos, não porque é divertido mas porque não temos ninguém. Temos a todo o custo de ser autossuficientes e até as coisas mais básicas como ir à mercearia fazemos sozinhos. Somos no fundo até invejados por termos tanto tempo livre e há quem fique indignado por quereremos férias em épocas altas e folgas ao fim-de-semana. Já não nos basta todo o tempo livre que temos antes e depois do trabalho, que ainda queremos ter direitos como os outros? Eu compreendo porque a realidade é que não temos uma casa inteira para arrumar, porque somos solteiros logo não sujamos a casa e o pó não quer nada connosco. Os pratos não acumulam no lava louças, porque somos um só e podemos nos dar ao luxo de empilhar uma semana de louça porque a comida agarrada aos pratos não resseca miraculosamente, porque obviamente que a química sabe que estamos sozinhos. A roupa pode ficar na cesta durante quase duas semanas, porque como somos sozinhos não vale a pena estar a gastar agua e eletricidade a lavar a roupa. E o cheiro da roupa suja também não incomoda, não temos que agradar a ninguém. Mundo árduo e triste este, que temos de ir sozinhos para todo o lado e temos tanto tempo que não sabemos o que fazer com ele.


Eu acho que deveria existir uma onda de solidariedade para com os solteiros. Algo como “adote um solteiro e levo-o de férias consigo”.  Sempre podíamos ocupar o tempo interminável que temos a fazer algo de útil como carregar os vossos sacos da praia, por creme solar nas vossas costas e até ler um livro em voz alta porque o tempo é precioso para gasta-lo a ler. Até nas férias de Natal, que obviamente passamos sozinhos porque somos todos órfãos, podemos servir para empurrar os vossos trenós na neve ou  levantar a mesa na ceia de Natal. Assim como assim não precisamos de férias no Natal porque obviamente passamos a consoada agarrados a uma garrafa de whisky e a ver o Grinch na Tv ou esperem, esta é muito boa: a ver o “Sozinho em casa”.

Ironia à parte, por de trás de cada solteiro há uma história de vida. Uns são solteiros por opção, outros porque não encontraram a cara-metade e depois existem os traumatizados que nunca acertam na pessoa certa.

No meu caso sou uma traumatizada que não voltou a encontrar a pessoa certa, mas esta vida de solteira ensinou-me muito mais do que muitos anos de uma relação. Amo a liberdade de poder escolher sozinha. Ter espaço para mim e para as minhas outras pessoas. Acho que era incapaz de perder de certa forma a minha entidade individual, para passar a ser um plural constante de 24 horas, de ir para todo o lado com a mesma pessoa. Compreendo e acredito que muitos casais sejam felizes assim, mas eu sou diferente. Sempre valorizei a amizade, e que ninguém me tire o espaço com os meus amigos, ou pior ainda, o espaço comigo mesma.

Não critico quem seja assim, são maneiras de ver o mundo diferentes. Eu vejo-o assim. Mas sim, gostava de ter um companheiro. Não vou ser hipócrita, sou humana e tenho necessidade de amar e ser amada.   Tenho medo, mas não quero deixar de tentar ser feliz a dois. De ter um companheiro de vida, que não me prometa o mundo, mas que me leve a conhecer o mundo com ele.

A minha história é simples, e como tantas outras histórias começa e tem um fim. Um grande amor que acabou, porque uma das partes teve a coragem de desistir. E foram precisos alguns anos para entender que quando um não quer dois não dançam. Fui muito feliz durante muitos anos, fui amada e disso não tenho dúvidas. E esta hein? Já fui feliz a dois. Um like para mim que eu mereço.  Sim eu acreditei no Amor. Pior do que acreditar eu amei alguém. Aquele sentimento que vos enche a alma e chega a doer o peito porque estão tão felizes que não cabem em vós mesmos. Quase que por momentos questionam se merecem tanto.

 De repente as coisas começam a mudar, não és tu que mudas porque amas da mesma forma, mas sentes que algo à tua volta está a mudar, mas não sabes bem ainda o que é. Aquele instinto que te preocupa, aquela desconfiança que no início é tola e até coras de vergonha por duvidares do teu companheiro. Começas a sentir que a outra pessoa já não te dá tanta atenção como de antes, que se irrita facilmente, que as mensagens e telefonemas são cada vez menos e mais curtos. Começas então a tua carreira de investigadora criminal, de fazer inveja ao FBI. Cada palavra numa SMS é uma pista que te leva a pôr em causa o que ele sente. O mundo desaba e o inevitável acontece: ele parte e deixa-te, mesmo depois de ter prometido o mundo  Conheço a doçura do Amor mas também o devastador sentimento de Amar sozinha.

Prefiro estar solteira, do que amar com medo. Ainda não apareceu a pessoa certa e talvez nunca apareça, mas não sou nenhuma coitadinha. Não vou cortar os pulsos só porque a sociedade define que tenho de ter alguém e que ficar solteira para sempre seria o pior que me podia acontecer. Na verdade nunca estarei sozinha todos nós sabemos que a vida de uma solteirona acaba com 75 gatos em casa, a fazer mantinhas de lã para todos eles enquanto vê as novelas da TVI.

Sou independente, e apaixono-me todos os dias, por um vestido, por um lugar onde gostava de ir um dia, por um personagem de um livro, ou até mesmo pelos momentos que tenho com os meus amigos. Tenho sonhos e ambições.


 Em suma, estar solteira não é sinonimo de estar sozinha…  

sexta-feira, 13 de março de 2015

Deixar cair o sonho

Deixar cair os sonhos é como deixar de existir aos poucos.


Cinzelei cada pedra do meu caminho, num trabalho imperfeito que me conduziu ao que sou hoje. Poderia ser diferente se não tivesse deixado que o passado tropeçasse no vácuo do tempo.  Poderia sorrir ao olhar para trás, porque fui grande e fiel a mim mesma. Poderia gritar de tanto engrandecimento e bradar a sete ventos a minha exaltação de ser.


No entanto, mesmo percorrendo este trajeto imperfeito sei que o tempo ainda não me consumiu, e que querer é meio caminho andado para lançar a rede e espulgar os sonhos que caíram ao rio, antes que cheguem ao mar e se percam para sempre. 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Fuga

Surgiste num passo inseguro,como se o vazio escondesse o que pensas.Consigo ler-te nas linhas ténues do que foste,como um mapa lê as linhas da estrada ainda que imperfeita.O mistério envolve-me, incita-me a conhecer o mais fiel de ti.Mas saiste como entraste...Como um cavaleiro das trevas que atiça e foge no momento do triunfo...Hesitas em mostrar o que sentes e eu vacilo em demonstrar o que sou, porque o que fui é passado e apaguei os passos para não encontrares os trilhos....Não me deves nada, nem um vintém, muito menos a lua ou o sol... Mas deixaste em mim a sede de um caminho por decobrir...

quinta-feira, 15 de agosto de 2013



Solidão, 

 A minha amante nestes dias de marasmo, 
a minha confidente que me ouve sem incumbência
fria, imune, perversa, atenta.
Já não choro, rio-me da ironia desta sorte
Já não sei viver sem ela, sem o seu silêncio.
Sem os ponteiros do relógio que me apressam
O vazio, o gelo, a alma que já não tenho.
Companheira certa das últimas horas.
Leva-me, sou tua, pois já nem minha sou…

domingo, 3 de março de 2013

Tempo....



O tempo dói quando as feridas do passado ainda se sentem no presente…

sábado, 2 de março de 2013

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Entardecer

Já não presenciava o entardecer há muito tempo, o movimento das ruas em que as pessoas retornam aos seus lares com a mesma pressa matinal.

Ouvem-se os carros a buzinar, ansiosos de aproveitar o resto do dia. Uns talvez nas redes sociais, outros a ler um livro, outros a assistir  TV. E poucos com a pressa de conviver com a família. Perderam-se os serões em família, a partilha de vivências.

Ainda me recordo do tempo em que o jantar era um acto religiosamente a ser cumprido em família. Os assuntos recaiam sobre a actualidade, sobre o mau humor dos chefes ou a atitude de um professor. Partilhavam-se histórias, davam-se pareceres e relatavam-se episódios do passado. Os avós tinham por hábito iniciar conversas com um “No meu tempo não era nada assim…” e apesar de no início ouvirmos as histórias contrariados embriagávamo-nos com os relatos imaginando como era o tempo sem televisão, os tempos duros, mas também deliciávamo-nos com histórias caricatas já com pontos e contos acrescentados com o tempo…

sábado, 4 de agosto de 2012

Passos...

Vejo-me e revejo-me no infinito da incerteza
Conto os passos que perdi e os que encontrei
E sai de mim uma indubitável certeza
De que nada sou de um todo que se arruinou
Caminho a passos principiantes sem rumo
Desenho um mapa sem enredos, com linhas ambíguas
Sem estradas, com  caminhos estreitos e desertos
Pergunto-me que caminhante sou, peregrina por dever
Ou turista de uma vida que não escolhi
Tento encontrar a verdade, se é que existe
Ou o sentido desta vida que me calhou em sorte
Sonho existir noutro espaço, noutra linha mais recta
Em ser o que sou quando a noite cai e o mundo se desvenda...
Ana P. Diogo

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Demora

Escuto as palavras que tens por me dizer


No silêncio cru que me incendeia

Tento prever as estrelas que se desenharão no céu

Depois daquela tarde escondida em que te irei conhecer

Horas parecem décadas, séculos, talvez vidas

O tempo pesa como uma dedilhada de aço

Tento revelar o que o destino me reserva

Nas linhas ténues do meu presente

Escrevo – te na esperança de me leres

E tragas o futuro sem vagar ….

 
Ana P. Diogo

domingo, 29 de julho de 2012

Página do Facebook

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domingo, 22 de julho de 2012

Falta-me...

Falta-me…

O calor dos teus lábios naquelas manhãs cinzentas,

O perfume a carmesim do teu olhar inconcreto;

As palavras deixadas ao vento que inundaram o silêncio.

Falta-me a alma, corpo e alento….


sábado, 21 de julho de 2012

Onde estás?



Não sei onde andas, ainda não te conheço.


Sei que estás aí num ponto indefinido do universo.

Sei que sentes a mesma ausência que eu...

A mesma solidão, mesmo que estejas, como eu, rodeado de gente.

Sei que tens as mesmas incertezas que eu e,

que contemplas o céu com a mesma esperança de me encontrares.

Sei? Talvez saiba, ou talvez não...

Ou sejam apenas desculpas que alentam esta solidão que sinto.

O meu ego, já tão magoada, faz um esforço para acreditar,

que um dia vou te conhecer...

Mas, quando aquela dor chega, todas as certezas se transforma em grãos de areia,

que caem por entre os dedos e desenham o caminho: a solidão.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Vida


Vida...


Vida que passas fugaz por entre as linhas,
Escrevo-te porque te vou perdendo
E quero-te para mim eterna

Já somos velhas amigas
Parceiras nas mágoas
Poucas as vitórias, talvez alheias

Crescemos juntas nos trilhos
Na vizinhança do destino
Num dossel de perdas e conquistas

Ai, como te quero junto de mim
Na tristeza ou na exaltação
Quero-te perpetua até me esquecer de quem sou...


sexta-feira, 9 de março de 2012

Quero

Aqui fica a minha pequena homenagem à Mulher


Quero sair de mim, ser eu por inteiro... Quero beber da vida como quem rouba por ânsia. Quero dar de mim ao mundo, pregar em cada brisa a palavra do que fui. Quero calçar o chão e deixar pegadas depois das cinzas. Quero fotografar as memórias numa escrita intemporal . Quero ser mesmo depois de deixar de existir e  deixar nas vozes das gentes a minha história. Quero ser Mulher aqui, agora e sempre, pois não há alma mais intensa e completa do que daquelas que amam, sofrem e se erguem...


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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vidas

Desenham-se linhas na história, ténues mas intemporais que  constroem o que somos hoje... Mostramos, por vezes, espelhos do que nunca fomos e são poucos os que reconhecem o reflexo, a transparência do que realmente somos... 

Percorremos caminhos, uns fragéis outros firmes, que constroem os marcos do nosso albúm de vida...

Partilhamos vivências, recortes de vidas com uns, choramos com e por outros... E por vezes esquecemo-nos do que é mais importante: nós próprios

Esquecemo-nos  de ser egoistas. Percorremos a rotina do quotidiamo e passeamos pela corda bamba da existência...  

E no fundo não nos podemos esquecer do clichê: Nunca desistas dos teus sonhos, pois vida só há uma e só a tu podes viver.


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Tons pastel


E porque nem sempre o mundo é da cor que desejamos, é sempre bom ter um pincel e uma aguarela para disfarçar os tons pastel de um dia mal pintado...


[ Deu-me para a filosofia de bolso... ]

Ana P. Diogo


domingo, 15 de janeiro de 2012

Forças opostas...

Há dias em que parece que carrego o mundo ás costas como se a gravidade me atropelasse...


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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Velho 2011

O que  retive de 2011 é que desconhecemos  a força e coragem que temos, só as descobrimos quando, perante o desespero, as utilizamos. Ainda me lembro do suspiro longo que dei quando desertei em Agosto, de pensar que ia para o desconhecido e um receio parvo percorreu-me a espinha... Recordo as saudades esmagadoras, a incerteza de quando voltaria a abraçar os que amo, os obstáculos, os nãos que ouvi... Mas nunca me hei de esquecer da coragem que tive por vencer o medo do desconhecido e da força que tive em estar longe deste pequeno mundo, deste berço que me preparou... Pode ter sido para muitos umas férias, mas só eu vivi a experiência de estar por mim num sitio longiquo sem certezas, prazos ou promessas...


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domingo, 13 de novembro de 2011

Ansiedade...


Angústia de possuir o presente
Nas águas de tempos irados
Saudade de sentir o passado
Impondo sonhos e verdades
Encontrar o caminho que perdi
Desfaz-me em mil pedaços
Arranca de mim a vontade
Deambuladora de controlar o relógio
Enterrei o que fui à beira do que me tornei...

sábado, 12 de novembro de 2011

No fear



Ir mais além do que pensamos conseguir ultrapassar não é apenas uma vitória, mas um passo para o auto-conhecimento...