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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Amar é partilhar o universo


Hoje aprendi que o amor é dividir o universo com outra pessoa, mesmo que o vejamos de forma diferente. Nada é perfeito mas aprendemos a amar os defeitos e as fraquezas do outro, acabamos por amar um todo. Esse amor nasce da paixão, tudo é maravilhoso na outra pessoa quando a conhecemos, e aqueles defeitos tornam-na especial, única e vamos caminhando lado a lado partilhando o mundo, experiências. Essas experiências nascem das visitas que fazemos um ao outro, partilhando a visão que cada um tem do universo, e a isso chama-se cumplicidade.

No entanto, como em tudo colocamos barreiras ao amor, criamos medos parvos e inconscientes, começamos a ter medo de perder esse mundo perfeito. Pomo-nos em alerta sempre que alguém novo quer entrar, ficamos de pé atrás pensando que alguém quer destruir o que temos. E caminhamos para a destruição do que mais amamos. Isto ainda estou a aprender a controlar, o ciúme é um bicho ruim, difícil de controlar. É tão duro lutar com o nosso interior, com a segunda mente, quando ela nos diz que “ele não telefona, está com outra”, “Ele vai fazer contigo aquilo que fez com a outra, acabar contigo e começar com outra (que na altura eu era a outra)”, e depois existe uma voz que me diz “que parvoíce, ele nunca te deu provas de ser infiel, acorda ele é o teu melhor amigo, sempre o foi, jamais em tempo algum ele te faria isso, te magoaria…”. A isto chama-se confiança, e quando a ouço essa voz acalmo, porque confio nele, não confio é nos meus medos.

Não quero destruir o que tenho com a outra pessoa, quero conhecer e partilhar o universo com ela. Há tanto ainda para vivermos em comum, sei-o, sinto-o. Em tanto me vejo nele, que quando me identifico calo-me, guardo para mim e sorrio. Não sei explicar por palavras o que sinto, não possuo factos que garantam a certeza que tenho de que ele é a minha outra parte. Sei-o e basta.

Andava perdida porque sentia que ele não percebia o meu mundo, que ele me travava o sonho, que nunca iria perceber a minha visão do mundo, por não partilhar o mesmo sonho. E encontrei ao ler um livro, encontrei respostas para o que procurava, e ele mostrou-me que podemos amar mesmo olhando o mundo de forma diferente. Que cada um caminha de forma diferente usando diferentes instrumentos para chegar à luz, aquilo a que está destinado a alcançar. Tenho de aceitar o destino, ele ficará do meu lado até que assim o tenha de ser, se não ficar é porque foi preciso noutro lado. Não o posso prender a mim, nunca saberei se está lá por se ter habituado, ou porque quer estar. Não posso ter medo da solidão, porque esta mesmo que venha, não estou só, estou comigo mesma, estar sozinha sem ter medo de estar só.

Tenho perdido tanto tempo, com esta preocupação, que me esqueci do meu caminho. Esqueci me de mim, por assim dizer. Prendi-me ao sonho dele, e esqueci-me do meu. Prendi-me ao sonho dele, porque ele tem um sonho e eu não. Ainda não descobri o meu, tenho algumas pistas mas ainda não o descobri. Se eu dedicar tempo a descobrir o meu sonho, as preocupações e o medo de o perder vão desaparecendo. Certo? Porque estou a cuidar de mim.. Esse sentimento já o tive em tempos, na minha antiga relação. Eu estava tão acomodada a ele, que me esqueci de mim. Engordei, desleixei-me, tornei-me submissa. MAS houve um dia, que acordei e resolvi tratar de mim. Sentia-me cada vez mais confiante, cada vez mais bonita, mas por dentro. Era uma força que crescia em mim.

Até que um dia olhei para uma pessoa que sempre teve do meu lado e nunca o tinha visto com os olhos que vi naquele dia: um dos meus melhores amigos. Sempre tive um carinho especial por ele, sempre tive um certo ciúme quando ele me falava de outras mulheres, sempre soube que havia algo mas não sabia o que seria. E foi num silêncio que reconheci o amor, a minha outra parte.

O amor manifestasse em diferentes formas. A amizade é sem dúvida outra forma de partilhar o universo. Amo os meus amigos, aqueles que estão lá no momento certo com a verdade que muitas vezes não vemos e não aceitamos.