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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Passado...


Os retratos que deixamos no passado aprisionam-nos no tempo, como sentinelas num castelo assombrado.

Visitar esses momentos traz-nos cheiros, aromas, rostos, paisagens adormecidas no passado. A vida é tão fugaz, tão sinuosa e tão atroz quando nos lembra as terras que já pisámos e os rostos que nos sorriram. Parece tudo tão distante como pedaços de história de outras vidas, contudo fomos nós que ali estivemos naquele momento imortalizado numa folha de papel fotográfico e lá permaneceremos mesmo que a terra nos confine ou as nossas cinzas sejam levadas pelo vento e viajem nas marés.

Quem me dera ser como o vento que passa pelas eras sem rugas, fado ou morte.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O poder das pequenas coisas


O tempo passa como o vento que irado leva consigo o passado que parece tão distante. Tudo se transforma, tudo se adapta.

Somos como ervas daninhas que nascem frágeis, parecendo incapazes de crescer num mundo desadequado, e que vão buscar forças ao seu interior e se adaptam a todos os espaços e meios.

Chegou o tempo de abandonar o ninho no qual criei raízes. A distância física que neste momento me separa do meu refúgio é atroz: por um lado, sinto que este é o caminho para evoluir, por outro lado, as saudades rasgam-me o interior. É preciso abrir as portas para um novo mundo, criar pouco a pouco um refúgio na mente que me levará para o meu ninho sempre que águas negras atravessarem o meu caminho.

Cada momento nos transforma, cada passo que damos fortalece-nos. Iremos sempre encontrar adversidades, enfrentar medos e tomar decisões, pois nada é exacto.

O significado das coisas altera mediante o espaço e tempo em que estamos. Hoje um abraço dos meus pais significa muito, pois terei de aguardar pelo momento em que os voltarei a ver. E provavelmente não recebia um abraço frequentemente, pois sabia que quando quisesse eles ali estariam. Felizmente as novas tecnologias já nos permitem ver as pessoas em tempo real embora nos encontremos a longas distâncias, mas ainda não conseguiram transpor o cheiro e o toque que nos é tão familiar.

Estando longe do nosso pequeno mundo faz nos perceber e dar valor às pequenas coisas. Mas só quem abandona o espaço consegue realmente perceber a importância das pequenas coisas (como alguém, que percebe há muito tempo o que estou a sentir, me transmitiu antes desta minha caminhada)

Aproveitem todos os momentos, dêem valor aos pequenos prazeres e saboreiem a intensidade das coisas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

IAMSTERDAM



Desde segunda-feira que estou em Amsterdão. De armas e bagagens ficámos instaladas no Lanthern Hotel, que viemos a saber mais tarde que está no top 10 dos piores hotéis da Europa.
Para começar o avião atrasou cerca de 40 minutos, chegámos a Amsterdão cerca da uma da manhã. Chovia torrencialmente. Aqui as finas resolvem apanhar um táxi até ao hotel, pois cada uma trás em média 38 kG de bagagem.
Chegadas ao Hotel lemos um aviso de que a recepção é do outro lado da estrada, lá vamos nós de malas às costas e de troller na mão. É nos atribuído o quarto 46, voltámos para o outro lado da estrada e ao entrarmos no prédio deparamo-nos com uma escadaria até ao 4º andar sem elevador. Fomos buscar forças sabe Deus onde e após 30 minutos árduos lá conseguimos chegar ao quarto. Lavar os dentes, vestir o pijama e estatelámo-nos na cama e dormimos pesadamente.
De manhã lá vamos nós explorar a cidade á procura de imobiliárias: nem vê-las. Os quartos / apartamentos são expostos nos classificados do jornal ou na internet. Até hoje já vimos dois quartos. O primeiro morreu no acto, o segundo adoraram-nos mas fica na zona sul de Amsterdão e temos de apanhar dois transportes para o centro. Estamos ainda decidir se ficamos mais uns dias no hotel ou se aceitamos o quarto onde o gato perdeu as botas.
Feliz das coincidências conhecemos um senhor bastante simpático americano no avião, que se prontificou logo para nos ajudar a tirar as nossas pesadas malas ao aterrarmos. No da seguinte qual não é o nosso espanto quando o encontrámos perto da Central Station numa esplanada de um bar. Convidou-nos para um cappuccino que humildemente aceitámos. Conversa puxa conversa sugeriu-nos entregar o nosso currículo num café, cujo dono é seu amigo, e se tudo correr bem estaremos encaminhadas. Hoje fomos os três almoçar ao restaurante Melkweg. Aconselho vivamente a quem visite Amsterdão servem umas belas saladas king size e uma sopa divinal. E normalmente à noite têm música ao vivo.
Agora falando da parte mais difícil: as Saudades. Para uma menina como eu habituada a viver com os papás está a ser difícil gerir as saudades e elas apertam de dia-para-dia. Confesso que já deitei umas quantas lágrimas de saudades tanto dos pais como dos amigos. Contudo, tenho de ser forte e acreditar que isto é o melhor para mim e irá enriquecer-me enquanto pessoa. O meu plano inicial é de 6 meses, depois decido se fico ou se volto. Ainda não pus de parte voltar a concorrer como professora para o próximo ano. Espero sinceramente que consiga ir passar o Natal a lisboa para poder matar um pouco as saudades.
E são estas, para já, as novidades aqui neste cantinho frio e chuvoso do Mundo….