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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O poder das pequenas coisas


O tempo passa como o vento que irado leva consigo o passado que parece tão distante. Tudo se transforma, tudo se adapta.

Somos como ervas daninhas que nascem frágeis, parecendo incapazes de crescer num mundo desadequado, e que vão buscar forças ao seu interior e se adaptam a todos os espaços e meios.

Chegou o tempo de abandonar o ninho no qual criei raízes. A distância física que neste momento me separa do meu refúgio é atroz: por um lado, sinto que este é o caminho para evoluir, por outro lado, as saudades rasgam-me o interior. É preciso abrir as portas para um novo mundo, criar pouco a pouco um refúgio na mente que me levará para o meu ninho sempre que águas negras atravessarem o meu caminho.

Cada momento nos transforma, cada passo que damos fortalece-nos. Iremos sempre encontrar adversidades, enfrentar medos e tomar decisões, pois nada é exacto.

O significado das coisas altera mediante o espaço e tempo em que estamos. Hoje um abraço dos meus pais significa muito, pois terei de aguardar pelo momento em que os voltarei a ver. E provavelmente não recebia um abraço frequentemente, pois sabia que quando quisesse eles ali estariam. Felizmente as novas tecnologias já nos permitem ver as pessoas em tempo real embora nos encontremos a longas distâncias, mas ainda não conseguiram transpor o cheiro e o toque que nos é tão familiar.

Estando longe do nosso pequeno mundo faz nos perceber e dar valor às pequenas coisas. Mas só quem abandona o espaço consegue realmente perceber a importância das pequenas coisas (como alguém, que percebe há muito tempo o que estou a sentir, me transmitiu antes desta minha caminhada)

Aproveitem todos os momentos, dêem valor aos pequenos prazeres e saboreiem a intensidade das coisas.

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