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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Naufragio

Querer amar-te numa noite de loucura
Sobre uma intensa e cheia lua
Numa penumbra de areal salgado
Sobre um intenso perfume a mar
Sentir as trevas que te movem
Na luz intensa que me habita
Sentir o teu perfume no areal
Confundir-se com a aragem salgada
Ser a sereia que te enfeitiça
Com sussurros de palavras nuas
Seres o pescador que me toma
Na sua rede corrompida de sedução
Me tomarás só para ti
Ó naufrago que me salvou?
Deixarás que eu seja as únicas ondas
Que te velejam no amor?


Ana Diogo

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Nada dura para sempre...

Hoje assisti ao filme “O estranho caso de Benjamim Button”, um filme que mexe connosco, que nos leva a reflectir o sentido da vida e o quão curta ela se torna.
Por vezes damos valor a coisas tão insignificantes, discutimos por coisas tão menores e os dias, meses, anos, décadas vão passando por nós sem darmos conta. Questionamo-nos sempre num determinado momento da vida: para que nascemos? O que andamos cá a fazer? Como será aquele dia em que respirarei pela ultima vez? Será que acaba tudo ali? Respiramos fundo e pensamos como injusta a vida parece e muitas vezes desejamos com toda a nossa força viver muito mais do que a natureza permite, que descubram uma poção milagrosa que nos faça durar mais um tempo. Mas a natureza em toda a sua plenitude é perfeita, e tudo o que nasce morre para dar lugar a outro.
Benjamim nasce com uma figura pouco humana com um rosto enrugado, lembrando uma cabeça de um velho num corpo minúsculo. Ele ao em vez de envelhecer, rejuvenesce a cada dia, enquanto todos a sua volta caminham para a velhice a largos passos. Apaixona-se por uma jovem rapariga cujo coração reconhece que por detrás daquele corpo velho se esconde um olhar inocente… Não vou contar mais a historia, pois merece que seja vista por cada um como um puxar de consciência para a nossa pequenice humana e para que um dia, quando já velhos e cansados olhemos para trás e sorriamos para todos os feitos que conseguimos alcançar por vencer o tempo.
“Nothing lasts forever”, mas enquanto durar façamos de nós próprios os heróis que sempre sonhámos ser…. Não deixemos de acreditar na magia das coisas, pois não é a toa que as crianças não têm noção da morte, e não é só porque a morte lhes parece francamente distante, mas sim porque a vida lhes parece mais fiável, mais bela e tão mais magica do que essa paragem desconhecida.

Sejamos aquilo para o qual fomos desenhados, nada acontece por acaso… Encontremos o amor em cada coisa, pois as nossas obras primas são a prova de sermos eternos e não a vida…

domingo, 18 de janeiro de 2009

sábado, 17 de janeiro de 2009

A outra parte de mim....

Por vezes a força que nos faz manter de pé sorrindo falha e deixa-nos a sós com o mundo num momento só nosso onde descobrimos quem somos e até onde podemos ir....
É hora de mudança, o tempo urge, é hora de viver, de deixar os fantasmas do passado, de seguir em frente sem medo, com confiança em mim… O maior fantasma que me assombra é o medo de amar… È preciso ter coragem para amar, porque o amor não é somente um mar de rosas, mas um dilúvio de emoções, e há que saber gerir essas emoções…








Aprendi que o amor é dividir o universo com outra pessoa, mesmo que o vejamos de forma diferente. Talvez já tivesse aprendido se não hoje, mas pelo menos hoje percebi. O amor é diferente da paixão, no amor é preciso conhecer o lado bom e o lado mau, na paixão construímos uma imagem num cenário idealizado sem conhecermos a outra pessoa. Estas palavras soaram estranhamente em mim quando as lia n’ “As Valquírias” de Paulo Coelho. Como se um rasgo de uma ideia perfeita se encaixasse no que sentia. Por vezes, chorei porque a paixão parecia acabar, que aquele brilho dos primeiros meses perdera a força, o entusiasmo, a inocência. E perdeu… Mas a troca foi justa e recompensada, trocamo-la pelo Amor.
Nada é perfeito mas aprendemos a amar os defeitos e as fraquezas do outro, acabamos por amar um todo. Esse amor nasce da paixão, tudo é maravilhoso na outra pessoa quando a conhecemos, e aqueles defeitos tornam-na especial, única e vamos caminhando lado a lado partilhando o mundo, experiências. Essas experiências nascem das visitas que fazemos um ao outro, partilhando a visão que cada um tem do universo, e a isso chama-se cumplicidade.
No entanto, como em tudo colocamos barreiras ao amor, criamos medos parvos e inconscientes, começamos a ter medo de perder esse mundo perfeito. Pomo-nos em alerta sempre que alguém novo quer entrar, ficamos de pé atrás pensando que alguém quer destruir o que temos. E caminhamos para a destruição do que mais amamos. Isto ainda estou a aprender a controlar, o ciúme é um bicho ruim, difícil de controlar. É tão duro lutar com o nosso interior, com a segunda mente, quando ela nos diz que “ele não telefona, está com outra”, “Ele vai fazer contigo aquilo que fez com a outra, acabar contigo e começar com outra (que na altura eu era a outra)”, e depois existe uma voz que me diz “que parvoíce, ele nunca te deu provas de ser infiel, acorda ele é o teu melhor amigo, sempre o foi, jamais em tempo algum ele te faria isso, te magoaria…”. A isto chama-se confiança, e quando a ouço essa voz acalmo, porque confio nele, não confio é nos meus medos.
Não quero destruir o que tenho com a outra pessoa, quero conhecer e partilhar o universo com ela. Há tanto ainda para vivermos em comum, sei-o, sinto-o. Em tanto me vejo nele, que quando me identifico calo-me, guardo para mim e sorrio. Não sei explicar por palavras o que sinto, não possuo factos que garantam a certeza que tenho de que ele é a minha outra parte. Sei-o e basta.

Quero amar o universo que construimos, e não este fantasma que me assombra...