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domingo, 26 de dezembro de 2010

Cicatrizes

"A cicatriz vai ficar, mas cicatrizes não doem, serão lições do futuro, como imagens num álbum de fotografias..."



Hoje li esta frase, algures num blog sobre relacionamentos… Uma grande verdade que custa a todos… Mas não foi apenas esta frase que me abriu os olhos, foi uma grande amiga que me disse a verdade que eu não queria ouvir, mas que precisava.

Infelizmente é difícil que uma ferida se torne numa cicatriz. Demorará tempo, semanas, meses, talvez até anos a fechar uma ferida, mas quando a mesma cicatrizar vai servir de marca de guerra para fazermos diferente…

Ao em vez de tentar curar a ferida que tenho, fui criando gangrenas à volta dela. Ao pensar que se cura uma perda buscando o carinho e atenção ao primeiro que aparecer, só dificultei mais a sua cura.

É preciso tempo para parar, reflectir e, como esse alguém (que estimo muito) me disse, pensar principalmente no que não queremos e partir daí.

No fundo, sabemos que a dor não reside no facto de termos sido abandonados, mas de não gostarmos o suficiente de nós mesmos para seguir em frente. Achamos que o mundo acaba, porque fomos rejeitados e que não somos suficientemente bons para alguém. E que só podemos ser felizes se tivermos um parceiro.

E se pensarmos que vida só há uma? Tão simples quanto isso. Ninguém pode viver por nós. Vamos passar a vida a pensar que não somos bons, nem dignos de felicidade? Então se achamos que não somos bons, que tal fazer algo por isso? Mudar o que não gostamos?
E como esquecer a ferida que carregamos? Ocupando a cabeça com coisas que realmente interessam: pensando em nós, cuidando de nós, mimando-nos. No fundo, tornando-nos fortes. E quando, finalmente, nos erguermos desta tempestade vamos estar bem com nós mesmos, fortes, bonitos, capazes de enfrentar o mundo.

Ao ocuparmos o tempo com outras coisas, vai diminuir o tempo em que pensamos na dor. E ao diminuir o tempo que pensamos na dor, a mesma vai se tornando insignificante. E o mais importante que tudo: ao cuidarmos de nós vamos atrair coisas boas. Já alguma vez pensaram porque é que existem pessoas que não devem muito à beleza mas que não podemos deixar de afirmar: Aquela pessoa tem carisma, é tão interessante, quero conhece-la! Pois, a minha teoria é que aquela pessoa ama-se e faz o que quer e por ela.

Nunca estaremos preparados para ter uma relação, se não sabemos quem somos nem para onde queremos ir.

Para este ano de 2011 desejo tornar-me forte, traçar objectivos, cuidar de mim, crescer por dentro, e viveeeer…. E desejo o mesmo a todos vós…

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

How could I die forever?



You perturb my sleepless mind
With your darker desire
You gave me the sign
In your foreigner empire
You gave me the hope
You brought me the trust
You stole me the fear
You offered me the lust
How could I die forever
If I have already died for life?
How can I stand in this fever
If my veins has stopped to lie?
Prince of darkness
Whom my death belong
Do my body be restless
With your funeral song…

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Parto



Parto, sabendo o rumo que tomo, mas desconhecendo o que poderei encontrar pelo caminho. A riqueza desta jornada é caminhar pelo desconhecido e encontrar a beleza em cada canto...
Caminho com calçado apertado de memórias recentes, apetece-me descalçar de todo este passado. Toco no chão frio de mármore e toda aquela dor que me calejava desaparece.
Sempre que conheço outros lugares, nunca antes por mim visitados, cresce no meu interior uma riqueza insubstituível e indescritível... A certeza que a surpresa que rege o futuro nos oferece a vontade de querer viver e não parar de conhecer o mundo e as pessoas..

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Nada de ti...



Fiel às tuas redes aprisiono-me
Insana, cega mas leal
Nessa teia imortal
Que me cega impiedosa

A gaiola apertada
Sufoca as palavras
Quebra as asas
Asfixia o sopro

Mas…

Mesmo sabendo céptica
Que possuo a arte de ser mulher
Deixo-te livre para amares
Para divagares o teu amor pelo mundo

Vai.. voa… divaga… ama…
Volta quando descobrires que o desprazer
Reside nas redes que me abonam
Na perpetua dor de não te ter…

Nada de ti...


Deixaste o meu céu repentinamente
Numa brisa desfalecida
Num silêncio que ainda hoje
Me intimida...

Procuro no vazio da tua voz
Palavras que se perderam
Para preencher esta retórica
Se um dia eu e tu fomos nós...

Não sei onde pequei
revejo os passos que demos
Num caminho sem espinhos
Nada de secreto dissemos...

Caminho incerta na dúvida
Para um futuro sem forma
E tu na tua insignificância
Morás para sempre na sombra...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quando...



Quando estou contigo, amor
Os anjos invejam a terra
Por não haver adoração mais pura
Do que a nutro por ti
Acordes divinos fazem-se ouvir
Quando o meu olhar toca no teu
Como um rubi procura a beleza
Para adornar a perfeição

E…

Quando não estás
A saudade é fome
A paixão é sede
E o vazio demente procura-me
Por saber que estás longe
E que agora boémios de incerteza
Caminhamos sedentos
Para uma indubitável certeza…

Ana

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Set me free!!!



Ser livre é não ter asas e voar
É ser cego mas caminhar seguro
Ser livre é acreditar na luz
Mesmo que ela não acenda
Ser livre é voar até ao infinito
Mas saber regressar ao início
Ser livre é saber viajar
Mesmo que o corpo esteja preso
Ser livre é imaginar a felicidade
E dela beber porque se acredita
Ser livre é ter a mente num pedestal
Pois a alma mesmo presa ao corpo é imortal…

Ana Diogo

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Passado...



Passeava pela praia, descalça de dúvidas, no entanto, caminhava à deriva sem nenhuma certeza. O vento soprava frágil e um leve sabor a maresia indagava memórias já esquecidas naquela praia.

A humidade do ar fez-me lembrar as tuas lágrimas que caiavam a areia enquanto me confessavas que amavas outra. Puro. Foste puro, choraste porque sabias que me laceravas… é estranho o que simples palavras podem provocar… um turbilhão de emoções que nos destroem em segundos… senti-me um grão de areia, sozinho na imensidão da tua mão a escapar-te por entres os dedos, a juntar-me à multidão tão indiferente para ti…

Sentei-me fitando o infinito… as tuas palavras atrás de mim ecoavam com a brisa… “Desculpa..” Dizias compulsivamente… sabia que não te poderia culpar por isso... culpar-te por amares? não… um sentimento tão nobre deve ser perdoado… tornei-me altruísta ali… percebi que te amava ali…

Naquele momento desejei ser tão ténue e subtil como uma pena… pairar na imensidão do oceano… deixar de te ouvir… deixei por momentos… a minha mente ocupou-se em recordar-te… aquele dia em que me disseste pela primeira vez: adoro-te… mas, nunca, nunca me disseste amo-te… e ali proferias um “amo-a” tão certo como o céu se desenhar aos poucos carmesim naquele entardecer…

O que teria ela de tão especial? Perguntava-me… vim mais tarde a saber o porquê… ela não te amava… era uma conquista lancinante para ti... era o fruto apetecivelmente proibido… como a onda mais fidalga é para um surfista: mortalmente apetecível…
Tenho pena que a última memória tua seja uma lágrima… e o teu sorriso… que me convidava indubitavelmente para ti?… senti o amor uma ultima vez ao luar… entregue ao teu corpo… o carmesim deu lugar a uma lua desenhada no céu majestosamente que imperava no universo testemunhando a rendição de uma alma… de uma alma… a minha…a tua nunca a rendeste … rendeste o corpo por uma ultima vez ao prazer, como uma despedida atroz… não falei.. Deixei me ali entregue àquele epilogo ímpio. Pensei se todos os namoros acabariam assim… terei feito amor com a Lua? Partiste com uma lágrima a iludir a certeza de que não nos voltaríamos a ver…

Acordo daquela recordação.. uma lágrima cai-me pela primeira vez desde que foste embora… saudade? Não… saudade senti este tempo todo… rendição.. rendi-me à verdade de que deixámos de existir…

Querer...



Quem me dera poder entrar no teu oceano
Desvendar as águas que cobrem o teu rosto
Transformar essa fonte na sede que tenho de te querer
Quem me dera viajar nos teus sonhos
Poder ser a fada que te trás a certeza
Numa recordação faustosa de amar
Quem me dera ser tua...
Seres o sol eu a Lua
Numa praia sem mar, nua…

domingo, 16 de maio de 2010

Um meio conto



Lá estava ela caída no chão, com pouca memória do que lhe havia acontecido. Lembrava-se com quem tinha estado, do rosto que a seduziu para aquele local sombrio onde se encontrava e dos braços fortes que a envolviam poucos momentos antes de ter sido abandonada.
Estava fraca, com o vestido embebido em sangue e mal sentia o corpo. Sabia que estava prestes a falecer e que pouco havia a fazer para sobreviver, mas a fraqueza era tanta que não se conseguia mover. Ouviu passos leves como plumas mas que ecoavam naquele silêncio enternecedor.
Ele voltou, com aquele olhar profundo que trespassava a alma. Levou-a junto ao peito e golpeou o pulso dando-lhe a beber do seu sangue. As gotas de sangue ardiam-lhe no peito, uma dor atroz possuía-a, sentia um desejo insaciável e queria mais e mais daquele néctar mortífero.
Voltara ao mundo com um sentimento diferente, com uma vontade imensa de saciar um desejo que desconhecia. Olhou para ele e aquele deslumbramento que sentia por ele desvaneceu. Não compreendia como aquele homem alto, olhos pretos, rosto concavo embora com uns braços fortes a seduzira. Olhava-o com indiferença e repugnância. Não falaram, não eram necessárias palavras, ela percebera bem no que se tornara e odiava-o por isso…

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Amar é partilhar o universo


Hoje aprendi que o amor é dividir o universo com outra pessoa, mesmo que o vejamos de forma diferente. Nada é perfeito mas aprendemos a amar os defeitos e as fraquezas do outro, acabamos por amar um todo. Esse amor nasce da paixão, tudo é maravilhoso na outra pessoa quando a conhecemos, e aqueles defeitos tornam-na especial, única e vamos caminhando lado a lado partilhando o mundo, experiências. Essas experiências nascem das visitas que fazemos um ao outro, partilhando a visão que cada um tem do universo, e a isso chama-se cumplicidade.

No entanto, como em tudo colocamos barreiras ao amor, criamos medos parvos e inconscientes, começamos a ter medo de perder esse mundo perfeito. Pomo-nos em alerta sempre que alguém novo quer entrar, ficamos de pé atrás pensando que alguém quer destruir o que temos. E caminhamos para a destruição do que mais amamos. Isto ainda estou a aprender a controlar, o ciúme é um bicho ruim, difícil de controlar. É tão duro lutar com o nosso interior, com a segunda mente, quando ela nos diz que “ele não telefona, está com outra”, “Ele vai fazer contigo aquilo que fez com a outra, acabar contigo e começar com outra (que na altura eu era a outra)”, e depois existe uma voz que me diz “que parvoíce, ele nunca te deu provas de ser infiel, acorda ele é o teu melhor amigo, sempre o foi, jamais em tempo algum ele te faria isso, te magoaria…”. A isto chama-se confiança, e quando a ouço essa voz acalmo, porque confio nele, não confio é nos meus medos.

Não quero destruir o que tenho com a outra pessoa, quero conhecer e partilhar o universo com ela. Há tanto ainda para vivermos em comum, sei-o, sinto-o. Em tanto me vejo nele, que quando me identifico calo-me, guardo para mim e sorrio. Não sei explicar por palavras o que sinto, não possuo factos que garantam a certeza que tenho de que ele é a minha outra parte. Sei-o e basta.

Andava perdida porque sentia que ele não percebia o meu mundo, que ele me travava o sonho, que nunca iria perceber a minha visão do mundo, por não partilhar o mesmo sonho. E encontrei ao ler um livro, encontrei respostas para o que procurava, e ele mostrou-me que podemos amar mesmo olhando o mundo de forma diferente. Que cada um caminha de forma diferente usando diferentes instrumentos para chegar à luz, aquilo a que está destinado a alcançar. Tenho de aceitar o destino, ele ficará do meu lado até que assim o tenha de ser, se não ficar é porque foi preciso noutro lado. Não o posso prender a mim, nunca saberei se está lá por se ter habituado, ou porque quer estar. Não posso ter medo da solidão, porque esta mesmo que venha, não estou só, estou comigo mesma, estar sozinha sem ter medo de estar só.

Tenho perdido tanto tempo, com esta preocupação, que me esqueci do meu caminho. Esqueci me de mim, por assim dizer. Prendi-me ao sonho dele, e esqueci-me do meu. Prendi-me ao sonho dele, porque ele tem um sonho e eu não. Ainda não descobri o meu, tenho algumas pistas mas ainda não o descobri. Se eu dedicar tempo a descobrir o meu sonho, as preocupações e o medo de o perder vão desaparecendo. Certo? Porque estou a cuidar de mim.. Esse sentimento já o tive em tempos, na minha antiga relação. Eu estava tão acomodada a ele, que me esqueci de mim. Engordei, desleixei-me, tornei-me submissa. MAS houve um dia, que acordei e resolvi tratar de mim. Sentia-me cada vez mais confiante, cada vez mais bonita, mas por dentro. Era uma força que crescia em mim.

Até que um dia olhei para uma pessoa que sempre teve do meu lado e nunca o tinha visto com os olhos que vi naquele dia: um dos meus melhores amigos. Sempre tive um carinho especial por ele, sempre tive um certo ciúme quando ele me falava de outras mulheres, sempre soube que havia algo mas não sabia o que seria. E foi num silêncio que reconheci o amor, a minha outra parte.

O amor manifestasse em diferentes formas. A amizade é sem dúvida outra forma de partilhar o universo. Amo os meus amigos, aqueles que estão lá no momento certo com a verdade que muitas vezes não vemos e não aceitamos.

terça-feira, 30 de março de 2010

Encontrar-me



Em contagem decrescente para a minha fuga do quotidiano...Acima de tudo buscar novas energias para decidir o futuro e delinear o presente...

Nos últimos tempos, dadas várias circunstâncias, deixei de acreditar no sonho… De ter objectivos e caminhar para eles.

Deixei para trás coisas mínimas que faziam o meu dia-a-dia ser importante. Comecei a viver só para uma pessoa, em função de uma pessoa porque acreditava que realmente estava a viver o amor.

No entanto, o amor é partilha, felicidade, cumplicidade e não o medo constante de perder. No fundo sabemos que já perdemos porque ninguém é de ninguém, mas algo nos prende a esse sentimento de pertença e deixamos de ser a nossa essência para passar a ser um nós confuso. Em segredo arrependo-me de ter perdido o que nos juntou: a amizade.

Em vagas vezes surge o pensamento de que a vida é curta e temos de buscar a felicidade ou fazer o impossível para que no final da estrada sentirmos que valeu a pena. Desistimos porque é mais fácil sermos rotineiros e a aceitar a nossa área de conforto. Deixamos de sonhar e de fazer aquilo que realmente nos faz sentir vivos, porque pensamos que aquela vontade de fazer algo novo é apenas uma loucura momentanea que é melhor nos deixarmos de ideias parvas, porque afinal já somos adultos e temos responsabilidades. Mas um dia pensamos "se eu fosse mais novo..."

Acredito que esta viagem me vai trazer outra força, aquele brilho nos olhos que perdi há muito tempo atrás. Talvez volte ser rotineira mas enquanto tiver lá quero encontrar-me! Perdi tempo demasiado a ter medo e a contentar-me com a rotina.

Serei como uma Fénix que renascerá das cinzas após um grande caminho de desencontros.

terça-feira, 23 de março de 2010

Difícil


E difícil Amar um mar imenso com ondas impossíveis de chegar... E difícil preencher um vazio quando a história e impossível de esquecer... E difícil caminhar sobre rosas quando há mais espinhos do que pétalas... E difícil confiar numa falesia quando não conhecemos o chão. E difícil olhar para um céu estrelado quando só vemos as nuvens. E difícil ouvir quando só o silêncio se manifesta. E difícil acreditar num futuro quando o presente é incerto. Mas será mais difícil desistir ou tentar? O difícil e desistir por ter medo de tentar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Amar



É difícil amar um mar imenso com ondas impossíveis de chegar,
quando existe um caminho de espinhos que não consigo pisar.