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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Entardecer

Já não presenciava o entardecer há muito tempo, o movimento das ruas em que as pessoas retornam aos seus lares com a mesma pressa matinal.

Ouvem-se os carros a buzinar, ansiosos de aproveitar o resto do dia. Uns talvez nas redes sociais, outros a ler um livro, outros a assistir  TV. E poucos com a pressa de conviver com a família. Perderam-se os serões em família, a partilha de vivências.

Ainda me recordo do tempo em que o jantar era um acto religiosamente a ser cumprido em família. Os assuntos recaiam sobre a actualidade, sobre o mau humor dos chefes ou a atitude de um professor. Partilhavam-se histórias, davam-se pareceres e relatavam-se episódios do passado. Os avós tinham por hábito iniciar conversas com um “No meu tempo não era nada assim…” e apesar de no início ouvirmos as histórias contrariados embriagávamo-nos com os relatos imaginando como era o tempo sem televisão, os tempos duros, mas também deliciávamo-nos com histórias caricatas já com pontos e contos acrescentados com o tempo…

sábado, 4 de agosto de 2012

Passos...

Vejo-me e revejo-me no infinito da incerteza
Conto os passos que perdi e os que encontrei
E sai de mim uma indubitável certeza
De que nada sou de um todo que se arruinou
Caminho a passos principiantes sem rumo
Desenho um mapa sem enredos, com linhas ambíguas
Sem estradas, com  caminhos estreitos e desertos
Pergunto-me que caminhante sou, peregrina por dever
Ou turista de uma vida que não escolhi
Tento encontrar a verdade, se é que existe
Ou o sentido desta vida que me calhou em sorte
Sonho existir noutro espaço, noutra linha mais recta
Em ser o que sou quando a noite cai e o mundo se desvenda...
Ana P. Diogo

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Demora

Escuto as palavras que tens por me dizer


No silêncio cru que me incendeia

Tento prever as estrelas que se desenharão no céu

Depois daquela tarde escondida em que te irei conhecer

Horas parecem décadas, séculos, talvez vidas

O tempo pesa como uma dedilhada de aço

Tento revelar o que o destino me reserva

Nas linhas ténues do meu presente

Escrevo – te na esperança de me leres

E tragas o futuro sem vagar ….

 
Ana P. Diogo

domingo, 29 de julho de 2012

Página do Facebook

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domingo, 22 de julho de 2012

Falta-me...

Falta-me…

O calor dos teus lábios naquelas manhãs cinzentas,

O perfume a carmesim do teu olhar inconcreto;

As palavras deixadas ao vento que inundaram o silêncio.

Falta-me a alma, corpo e alento….


sábado, 21 de julho de 2012

Onde estás?



Não sei onde andas, ainda não te conheço.


Sei que estás aí num ponto indefinido do universo.

Sei que sentes a mesma ausência que eu...

A mesma solidão, mesmo que estejas, como eu, rodeado de gente.

Sei que tens as mesmas incertezas que eu e,

que contemplas o céu com a mesma esperança de me encontrares.

Sei? Talvez saiba, ou talvez não...

Ou sejam apenas desculpas que alentam esta solidão que sinto.

O meu ego, já tão magoada, faz um esforço para acreditar,

que um dia vou te conhecer...

Mas, quando aquela dor chega, todas as certezas se transforma em grãos de areia,

que caem por entre os dedos e desenham o caminho: a solidão.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Vida


Vida...


Vida que passas fugaz por entre as linhas,
Escrevo-te porque te vou perdendo
E quero-te para mim eterna

Já somos velhas amigas
Parceiras nas mágoas
Poucas as vitórias, talvez alheias

Crescemos juntas nos trilhos
Na vizinhança do destino
Num dossel de perdas e conquistas

Ai, como te quero junto de mim
Na tristeza ou na exaltação
Quero-te perpetua até me esquecer de quem sou...


sexta-feira, 9 de março de 2012

Quero

Aqui fica a minha pequena homenagem à Mulher


Quero sair de mim, ser eu por inteiro... Quero beber da vida como quem rouba por ânsia. Quero dar de mim ao mundo, pregar em cada brisa a palavra do que fui. Quero calçar o chão e deixar pegadas depois das cinzas. Quero fotografar as memórias numa escrita intemporal . Quero ser mesmo depois de deixar de existir e  deixar nas vozes das gentes a minha história. Quero ser Mulher aqui, agora e sempre, pois não há alma mais intensa e completa do que daquelas que amam, sofrem e se erguem...


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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vidas

Desenham-se linhas na história, ténues mas intemporais que  constroem o que somos hoje... Mostramos, por vezes, espelhos do que nunca fomos e são poucos os que reconhecem o reflexo, a transparência do que realmente somos... 

Percorremos caminhos, uns fragéis outros firmes, que constroem os marcos do nosso albúm de vida...

Partilhamos vivências, recortes de vidas com uns, choramos com e por outros... E por vezes esquecemo-nos do que é mais importante: nós próprios

Esquecemo-nos  de ser egoistas. Percorremos a rotina do quotidiamo e passeamos pela corda bamba da existência...  

E no fundo não nos podemos esquecer do clichê: Nunca desistas dos teus sonhos, pois vida só há uma e só a tu podes viver.


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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Tons pastel


E porque nem sempre o mundo é da cor que desejamos, é sempre bom ter um pincel e uma aguarela para disfarçar os tons pastel de um dia mal pintado...


[ Deu-me para a filosofia de bolso... ]

Ana P. Diogo


domingo, 15 de janeiro de 2012

Forças opostas...

Há dias em que parece que carrego o mundo ás costas como se a gravidade me atropelasse...


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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Velho 2011

O que  retive de 2011 é que desconhecemos  a força e coragem que temos, só as descobrimos quando, perante o desespero, as utilizamos. Ainda me lembro do suspiro longo que dei quando desertei em Agosto, de pensar que ia para o desconhecido e um receio parvo percorreu-me a espinha... Recordo as saudades esmagadoras, a incerteza de quando voltaria a abraçar os que amo, os obstáculos, os nãos que ouvi... Mas nunca me hei de esquecer da coragem que tive por vencer o medo do desconhecido e da força que tive em estar longe deste pequeno mundo, deste berço que me preparou... Pode ter sido para muitos umas férias, mas só eu vivi a experiência de estar por mim num sitio longiquo sem certezas, prazos ou promessas...


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