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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Quero-te eterno como a Lua


Observo a lua enfrentando o inimigo tédio
Imponente e cheia espreita por entre o negrume
Escondendo-se tímida por detrás dos prédios
Fazendo sonhar os amantes com o seu perfume
Imagino onde estás meu universo
Recebendo, talvez, os raios da mesma fonte
E eu aqui desnuda de ti espero-te
Mas noutro mundo, lugar ou horizonte
Que é de mim que desejo o infinito
Nos braços parcos desse ladrão que é o tempo
Que é de mim que choro a Morte quando partiste
Que pérfida e silenciosa me persegue com o vento
Como desejo ser imortal para te amar sem idade
E nos teus olhos construir a nossa eternidade
Como anseio por um remédio que mate a morte
Para viver sem medos a nossa sorte

domingo, 12 de agosto de 2007

Amo-te



Cai o véu do teu olhar
Na penumbra que orna a noite
Chovem as minhas lágrimas
No pranto divino que inunda a terra
Quero-te fiel na minha eternidade
Como uma verdade tão certa como o infinito
Embalo-me nas tuas meias verdades
Como se elas sustentassem o amor que sinto
(esqueço-me até que são meias mentiras
e nelas arrecado as certezas que me convêm)
Sorrio chorando por dentro como um anjo sorri
Para não perturbar o silencio do paraíso
Amo-te no calor dos meus beijos
Na respiração arquejante de te querer
Amo-te no silêncio do teu prazer
Resumindo a loucura aos gestos
Amo-te como um segredo
Selado nos meus olhos discretamente
Escondo esta verdade com orgulho
Que atrozmente dança na minha voz
Como se a revelação provocasse
Em mim uma fraqueza humana de amar
Como se desarmasse este ser forte
No deleite da tua alma cativa…



Essa alma que me prendeu desde o primeiro olhar e que me descobriu desde o primeiro beijo...