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domingo, 16 de maio de 2010

Um meio conto



Lá estava ela caída no chão, com pouca memória do que lhe havia acontecido. Lembrava-se com quem tinha estado, do rosto que a seduziu para aquele local sombrio onde se encontrava e dos braços fortes que a envolviam poucos momentos antes de ter sido abandonada.
Estava fraca, com o vestido embebido em sangue e mal sentia o corpo. Sabia que estava prestes a falecer e que pouco havia a fazer para sobreviver, mas a fraqueza era tanta que não se conseguia mover. Ouviu passos leves como plumas mas que ecoavam naquele silêncio enternecedor.
Ele voltou, com aquele olhar profundo que trespassava a alma. Levou-a junto ao peito e golpeou o pulso dando-lhe a beber do seu sangue. As gotas de sangue ardiam-lhe no peito, uma dor atroz possuía-a, sentia um desejo insaciável e queria mais e mais daquele néctar mortífero.
Voltara ao mundo com um sentimento diferente, com uma vontade imensa de saciar um desejo que desconhecia. Olhou para ele e aquele deslumbramento que sentia por ele desvaneceu. Não compreendia como aquele homem alto, olhos pretos, rosto concavo embora com uns braços fortes a seduzira. Olhava-o com indiferença e repugnância. Não falaram, não eram necessárias palavras, ela percebera bem no que se tornara e odiava-o por isso…

Um comentário:

Sílvia S. disse...

ADOREIIIIIIIIIII!!!!! Quero mais!!!