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sábado, 17 de janeiro de 2009

A outra parte de mim....

Por vezes a força que nos faz manter de pé sorrindo falha e deixa-nos a sós com o mundo num momento só nosso onde descobrimos quem somos e até onde podemos ir....
É hora de mudança, o tempo urge, é hora de viver, de deixar os fantasmas do passado, de seguir em frente sem medo, com confiança em mim… O maior fantasma que me assombra é o medo de amar… È preciso ter coragem para amar, porque o amor não é somente um mar de rosas, mas um dilúvio de emoções, e há que saber gerir essas emoções…








Aprendi que o amor é dividir o universo com outra pessoa, mesmo que o vejamos de forma diferente. Talvez já tivesse aprendido se não hoje, mas pelo menos hoje percebi. O amor é diferente da paixão, no amor é preciso conhecer o lado bom e o lado mau, na paixão construímos uma imagem num cenário idealizado sem conhecermos a outra pessoa. Estas palavras soaram estranhamente em mim quando as lia n’ “As Valquírias” de Paulo Coelho. Como se um rasgo de uma ideia perfeita se encaixasse no que sentia. Por vezes, chorei porque a paixão parecia acabar, que aquele brilho dos primeiros meses perdera a força, o entusiasmo, a inocência. E perdeu… Mas a troca foi justa e recompensada, trocamo-la pelo Amor.
Nada é perfeito mas aprendemos a amar os defeitos e as fraquezas do outro, acabamos por amar um todo. Esse amor nasce da paixão, tudo é maravilhoso na outra pessoa quando a conhecemos, e aqueles defeitos tornam-na especial, única e vamos caminhando lado a lado partilhando o mundo, experiências. Essas experiências nascem das visitas que fazemos um ao outro, partilhando a visão que cada um tem do universo, e a isso chama-se cumplicidade.
No entanto, como em tudo colocamos barreiras ao amor, criamos medos parvos e inconscientes, começamos a ter medo de perder esse mundo perfeito. Pomo-nos em alerta sempre que alguém novo quer entrar, ficamos de pé atrás pensando que alguém quer destruir o que temos. E caminhamos para a destruição do que mais amamos. Isto ainda estou a aprender a controlar, o ciúme é um bicho ruim, difícil de controlar. É tão duro lutar com o nosso interior, com a segunda mente, quando ela nos diz que “ele não telefona, está com outra”, “Ele vai fazer contigo aquilo que fez com a outra, acabar contigo e começar com outra (que na altura eu era a outra)”, e depois existe uma voz que me diz “que parvoíce, ele nunca te deu provas de ser infiel, acorda ele é o teu melhor amigo, sempre o foi, jamais em tempo algum ele te faria isso, te magoaria…”. A isto chama-se confiança, e quando a ouço essa voz acalmo, porque confio nele, não confio é nos meus medos.
Não quero destruir o que tenho com a outra pessoa, quero conhecer e partilhar o universo com ela. Há tanto ainda para vivermos em comum, sei-o, sinto-o. Em tanto me vejo nele, que quando me identifico calo-me, guardo para mim e sorrio. Não sei explicar por palavras o que sinto, não possuo factos que garantam a certeza que tenho de que ele é a minha outra parte. Sei-o e basta.

Quero amar o universo que construimos, e não este fantasma que me assombra...

2 comentários:

Anônimo disse...

Anaaaaa
me identifiquei muito com q expressou. Me pego em situações semelhantes de ciúme, qdo ele não liga e tal.
Me deu vontade de chorar...

mas sabe, saber q não única a sentir isto e q não única ao lutar contra esses medos, é um alivio não pq vc tem medo), pois posso ter a oportunidade de ler coisas que me ensinam.

um beijo e muito amor!
Linda flor

Sooni disse...

Adoro a tua escrita...
Qualquer comentário q faça neste momento vai arruinar a magia do que escreveste! =)